Mulheres têm mais problemas de visão, diz estudo
Um estudo realizado em Campinas pelo oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, mostrou que os problemas visuais não relacionados à presbiopia e aos erros refrativos (miopia, astigmatismo e hipermetropia) são 50% maiores entre as mulheres. De acordo com o médico, os fatores que mais contribuem para esta incidência são as flutuações hormonais, mudanças de hábito como o aumento do uso de computadores e lentes de contato, maior desgaste devido a dupla jornada de trabalho, além da crescente ocorrência de hipertensão e de diabetes entre mulheres. A pesquisa foi realizada durante 8 meses com 960 pacientes, sendo 540 mulheres e 420 homens com idade entre 23 e 65 anos.Lentes de contatoDos 960 pacientes estudados, 288 (35%) com idade entre 23 e 50 anos usavam lentes de contato, sendo 187 (65%) mulheres. Entre as usuárias 142 (76%) tiveram edema e neovasos na córnea causados pelo uso prolongado, contra 38% do universo masculino. Queiroz Neto explica que a população masculina apresenta menos problemas com as lentes de contato porque desiste de usar, além não se incomodar em colocar óculos para descansar os olhos. Os edemas e neovasos decorrentes do uso além do recomendado são reflexos da má oxigenação da córnea. Como a córnea precisa de oxigênio, explica, lança mão primeiro do edema que é um inchaço por excesso de água, para depois buscar oxigênio no sangue, formando-se assim, neovasos na periferia próxima ao limbo. Entre as usuárias mais jovens o estudo levantou 14 casos de contaminação corneana causada por má higiene, sendo 3 casos por acantameba, parasita de difícil diagnóstico que muitas vezes leva à perda da visão.DiabetesQueiroz Neto afirmou também que além de apresentarem uma série de problemas de visão, a hipertensão arterial e diabetes podem levar, a longo prazo, à visão subnormal ou à cegueira. Para proteger a saúde ocular o médico recomendou que as pessoas pratiquem exercícios, evitem alimentos doces e gordurosos, façam uma dieta rica em Selênio, Zinco e carotenóides, especialmente a Luteína, vitaminas C, D, e A.
Fonte: EStadão