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Toxoplasmose – a maior causa de uveítes no Brasil

A toxoplasmose é uma infecção causada pelo Toplasma gondii, um parasita que vive no intestino de gatos e pode contaminar água, frutas e vegetais, além de carne de porco e cordeiro.

Humanos podem ser contaminados ainda dentro da barriga da mãe – infecção congênita – ou depois do nascimento, consumindo vegetais e água contaminada ou carne infectada.

Os casos congênitos são transmitidos quando a mãe contrai a doença durante a gravidez, ou logo antes dela. As crianças podem apresentar lesão nos dois olhos e, em alguns casos, pode haver lesão cerebral. Cerca de 30% das crianças que nascem com toxoplasmose congênita vão apresentar lesão ocular até os 12 anos de idade e por este motivo devem ser acompanhadas e examinadas periodicamente. Para identificar as mães em risco de transmitir a doença, a mãe deve fazer exames sorológicos no pré natal e as mães soronegativas (sem infecção prévia) são orientadas em relação à alimentação (evitando carne de porco ou alimentos que possam estar contaminados) e evitar contato com gatos, especialmente os mais novos – já que são estes os que eliminam maior número de parasitas. A mulher grávida que contrai toxoplasmose durante a gravidez deve ser tratada com remédios específicos que diminuem a chance de prejudicar o bebê. Depois do nascimento, o bebê também deve ser tratado para diminuir a chance de ter problemas nos olhos causado pela infecção.

A infecção adquirida (contraída depois do nascimento) é mais comum que a congênita. Os pacientes geralmente não apresentam sintomas, ou apresentam sintomas leves, parecidos com os de uma gripe: mal estar, febre baixa e linfonodos aumentados (gânglios, principalmente atrás das orelhas e cabeça). Alguns pacientes apresentam uma forma mais grave de infecção e lesão na retina, que causa uma inflamação dentro do olho, podendo ou não causar baixa de visão. Os pacientes imunodeprimidos (com AIDS, transplantados ou que usem imunossupressores podem apresentar forma mais grave da doença).

A maioria dos pacientes não apresenta lesões de retina quando contrai toxoplasmose, algumas têm a lesão e depois de curada nunca mais terão novamente a infecção e um número menor de pacientes apresenta recidivas (novas crises de toxoplasmose). A medicina ainda não consegue explicar porque alguns pacientes não apresentam lesões e outros sim. Dependendo do local da retina onde ocorre a infecção e da quantidade de inflamação o paciente pode apresentar baixa de visão, que pode deixar sequela. As sequelas são mais importantes quando a lesão atinge o centro da visão e o nervo óptico, podendo deixar sequela definitiva.

O mais importante para o diagnóstico da toxoplasmose ocular é o exame de fundo de olho com as pupilas dilatadas, quando o médico oftalmologista encontra a típica do toxoplasma. A sorologia negativa pode excluir a toxoplasmose. Os exames de sangue conseguem mostrar se a infecção foi recente ou antiga.

O tratamento deve ser criterioso, tem duração que varia de acordo com o caso, e deve ser acompanhado por especialista para se evitar as complicações relacionadas à doença.

A toxoplasmose ocular pode causar descolamento de retina e ser necessária cirurgia. Alguns pacientes apresentam recorrências freqüentes e precisam fazer tratamento por tempo prolongado para evitar ou diminuir as novas crises.

Fonte: Sociedade Brasileira de Uveites